1. Um curso de teologia forma líderes? Este seria um de seus objetivos?
Acho que se poderia dizer que as escolas teológicas procuram formar lideranças dos mais variados níveis hierárquicos e das mais distintas denominações. Isto significa que a preocupação está focada em contribuir para a formação teológica e pastoral de líderes de uma forma geral, tanto pastores quanto leigos, a fim de que estejam interessados em colocar seus conhecimentos para contribuir com a expansão do reinado de Deus sobre a face da terra.
2. Como é trabalhada a questão da liderança na grade curricular de um curso de graduação em teologia?
Existem algumas disciplinas voltadas para o aprendizado da liderança. A atenção pode estar voltada para a vida pessoal do líder (regência de sua vida pessoal e familiar) e para as habilidades que ele precisa ter para administrar uma comunidade cristã.
3. Qual a maior contribuição do estudo da teologia para a formação e a prática da liderança cristã? O que este estudo de fato oferece ao líder, ou futuro líder, que a vivência no ministério não oferece ou deixa a desejar?
Há uma complementariedade entre a experiência de liderança, seja leiga ou pastoral, e a formação acadêmica. Acho que qualquer uma das duas, isoladamente, pode se tornar problemática para a vida do líder. Um curso de teologia oferece uma série de ferramentas que facilitam o trabalho cotidiano do líder, além de permitir construir critérios bíblicos e teológicos que o ajudem a avaliar a sua prática pastoral.
4. No exercício da liderança, em algum aspecto a teologia “atrapalha”?
Penso que não, ao menos se o estudo da teologia tiver como eixo uma reflexão sobre a práxis pastoral. Em algumas escolas se procura refletir seriamente sobre o que se faz em nas igrejas, com vistas a torná-las comunidades mais eficazes na efetividade de sua missão. Penso que uma teologia que fosse demasiadamente especulativa ou desengajada de um compromisso com a missão da igreja poderia a vir a atrapalhar a vida dos líderes. Em muitas escolas teológicas, os dirigentes e o corpo docente estão em alerta para evitar esta sedução da teologia especulativa.
5. Para que um curso de teologia seja reconhecido pelo MEC, certamente é necessário que sejam cumpridas exigências mínimas e até mudanças nas grades curriculares. Essas exigências podem vir a prejudicar o teor prático e bíblico da teologia que efetivamente seja voltado à realidade das igrejas?
O MEC não interfere em questões curriculares nos cursos de teologia. Seu foco está voltado para questões mais objetivas e técnicas, como 1. capacitação do corpo docente (quanto mais mestres e doutores na área, melhor), 2. instalações da instituição de ensino superior (salas de aulas adequadas, biblioteca com acervo amplo, de qualidade e com facilidade de acesso) e 3. projeto pedagógico bem elaborado (visão teológica consistente, perspectiva pedagógica coerente, grade curricular ampla). Enfim, há uma certa liberdade para ensinar aquilo que se deseja, mas é preciso garantir qualidade de instalações, professores de nível e formação adequadas e boas instalações físicas.
6. De que forma você vê a relação entre expansão do Corpo de Cristo e formação teológica? A relação seria de dependência ou de cooperação?
Há uma relação de cooperação. Quanto mais o Corpo de Cristo cresce, tanto quantitativa quanto qualitativamente, maior é a necessidade de líderes com formação teológica adequada para cuidar do rebanho ou para treinar outros líderes que ajudarão no trabalho de pastoreio.
7. O site www.vidaacademica.net realizou uma enquete a respeito de teologia e levantou que 70% dos pesquisados consideram o estudo teológico fundamental ou muito fundamental. O número de alunos nas faculdades de teologia reflete esta visão?
Acho que sim. Há muitos alunos, tanto nos cursos de graduação como nos de pós-graduação. Mesmo algumas pessoas que já exercem função pastoral, mas que ainda não tinham cursado teologia, estão se dispondo a estudar, o que é um excelente sinal. Outro fator relevante, é a procura por uma formação teológica por parte de pessoas de igrejas e comunidades pentecostais. Este grupo, que considerava o estudo teológico como um tabu, nos últimos anos tem se convencido que é fundamental que seus líderes tenham treinamento teológico adequado.
8. Por último, para que público você indicaria o curso de teologia? Seria também para aqueles que exercem função de liderança em seus ministérios, ou somente para aqueles que possuem vocação para pastor ou missionário?
Um curso de teologia é indicado para qualquer pessoa que queira construir uma base mais sólida em termos de conhecimento sobre o campo teológico. Destina-se a pessoas que já exercem ou virão a exercer um ministério, pastoral ou leigo, tanto quanto para os que “apenas” querem ter informações mais consistentes sobre várias questões bíblicas e teológicas.
quinta-feira, 8 de março de 2007
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